terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Olho nu e ouvidos para quem tem

No Roda Viva de ontem (27.12.2010), quem estava sendo entrevistada era a Barbara Heliodora.

Registro aqui, então, alguns momentos que me chamaram à atenção:

Ela contando sobre a experiência dela de assistir a muitas peças de teatro e tal, num dado momento falou a seguinte frase sobre as encenações: "Há duas categorias: as plausíveis e as loucas." Ela é um tanto radical, a gente sabe bem. Ao mesmo tempo penso que esta é a função da crítica especializada. Não sei se poderia/deveria ser mais amena. Não sei mesmo. Há vantagens e desvantagens em ambas as posturas. Ela mesma diz que determinados tipos de encenação (de baixa qualidade) afugentam o público que vai a teatro pela primeira vez. Mas creio que uma crítica por demais acirrada também o afugenta. Não tenho resposta, nem pretendo neste momento. Só estou deixando pensamentos saírem. 
Foi constrangedor, sob meu ponto de vista, um momento que a Gabi perguntou se ela "fez fortuna" escrevendo críticas, querendo saber se a Barbara escrevia ainda por necessidade ou por prazer. A Barbara deu uma boa risada na cara da Gabi, e perguntou, com cara de quem diz "dãã": "Fortuna?". A palavra passou à outra pessoa e a Gabi retomou a palavra e insistiu na pergunta, reformulando-a. Ficou beeeem claro que a Barbara ainda critica porque precisa. "É o meu emprego", disse.
Um último destaque para o momento em que Barbara foi confrontada no sentido de que dizem que ela não sabe criticar teatro contemporâneo. Ela fez uma introdução de resposta mais elegante, mas concluiu: "Muita coisa que é tida como vanguarda na verdade é incompetência".

Sem mais por enquanto,

Desirée Pessoa.