terça-feira, 27 de março de 2012

Dia Internacional do Teatro - Dicas de Workshops para Atores

Hoje é o Dia Internacional do Teatro. Em comemoração, deixamos aqui uma dica de três workshops para atores, divulgados no blog MAIS TEATRO:

As inscrições para os três workshops que serão oferecidos pela 4ª edição do Festival de Teatro de Rua de Porto Alegre estão abertas até o dia 30 de março e podem ser realizadas na Coordenação de Artes Cênicas (Av. Erico Verissimo, 307), das 9h às 11h30 e das 14h às 17h30.

Para este ano, os cursos tem como temática a “formação”, valorizando a diversidade cultural do país como uma realidade. Estão previstas na programação os workshops “Construção Cênica e Atuação em Espaços Urbanos”, que será ministrado por Chico Pelúcio, um dos fundadores do Grupo Galpão; “A Cinética do Invisível”, com Matteo Bonfitto, ator, diretor e pesquisador teatral e “A Investigação sobre a Dramaturgia da Dança dos Orixás”, direcionado a atores e bailarinos, ministrado por Augusto Omolú, do Odin Teatret da Dinamarca. Além dos três cursos, acontecerá a palestra “Cultura popular: a provocação de novos olhares na dramaturgia de rua”, com um dos maiores expoentes da dramaturgia brasileira na atualidade Luiz Alberto de Abreu.

INSCRIÇÕES
até 30 de março
mediante a Entrega de Currículo e Carta de Intenção
Coordenação de Artes Cênicas
(Centro Municipal de Cultura, Av. Erico Veríssimo, 307 – Cep: 90160-181

O 4º Festival de Teatro de Rua acontece de 8 a 17 de abril. Confira a programação completa aqui.

WORKSHOPS

“Construção cênica e atuação em espaços urbanos”
Com Chico Pelucio, ator, diretor, gestor cultural e um dos fundadores do Grupo Galpão.
De 09 a 12 de abril, das 18h às 22h. 30 vagas

O Workshop prevê uma participação de artistas locais, para realizar um cortejo dentro do 4° Festival de Teatro de Rua de Porto Alegre. O trabalho é realizado a partir da observação da energia, da velocidade, da intensidade, do ritmo cotidianos da rua. É elaborado com os atores, intervenções que possam alterar esse estado natural chamando a atenção do transeunte pela quebra do esperado. Experimentar possibilidades de intervenção urbana, da performance à composições coreografadas e coletivas, do silêncio à coros de vozes poéticas e urbanas. Do chão às possibilidades da verticalização que a cidade pode oferecer. Os participantes junto a Chico Pelúcio conduzirão o cortejo de abertura do festival pelas ruas de Porto Alegre no dia 13 de abril as 19h20, na Rua da Praia/Esquina Democrática e Largo Glênio Perez.


Chico Pelúcio é ator, diretor e gestor cultural. Integrante do Grupo Galpão desde 1984 destaca-se como ator no espetáculo Álbum de Família, de Nelson Rodrigues, 1990, e na direção da montagem de Um Trem Chamado Desejo, 2000. Sua trajetória é marcada pela atuação como gestor cultural, principalmente à frente do Galpão Cine Horto e na presidência da Fundação Clóvis Salgado (Palácio das Artes). O encontro com o Galpão configura-se como um marco em sua carreira. A partir daí, participa de diversas montagens, em que o grupo desenvolve pesquisas de linguagem que passam pelo teatro de rua, pela commedia dell'arte e por textos de Nelson Rodrigues, William Shakespeare e Molière.

“A Cinética do Invisível”
Com Matteo Bonfitto, ator, diretor e pesquisador teatral.
De 08 a 09 de abril, das 10h às 16h. 30 vagas

O workshop “A cinética do invisível', ministrado por Matteo Bonfitto segue pela trilha aberta por Peter Brook e seus atores, em que o teatro se propõe a envolver o espectador em estados e espaços cênicos, nos quais os territórios das sensações e relações humanas do cotidiano se confundem com os espaços das vivências dramáticas como performação expressiva e representativa. Nessa caminhada, ao mesmo tempo exploratória e incorporadora, a arte teatral trabalha a cada espetáculo, as forças orgânicas à existência corporal, mental e espiritual do homem, remontando inclusive, às da ancestralidade no plano dos psiquismos e das projeções místicas, para chegar pela abdução estética ao que chama de cinética do invisível.


Matteo Bonfitto é ator, diretor, e pesquisador teatral. Cursou a Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo. Fez a graduação no DAMS - Departamento de Arte, Música e Espetáculo - da Università degli Studi di Bologna - Itália. É Mestre em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo ECA-USP, e Ph.D. pela Royal Holloway University of London - Inglaterra. Permaneceu de 2002 a 2006 na Europa com uma bolsa da Capes desenvolvendo uma pesquisa teórico-prática sobre o trabalho do ator no teatro de Peter Brook.

“A Investigação sobre a dramaturgia da dança dos orixás”
Para atores e bailarinos com Augusto Omolú – Odin Teatret (Dinamarca)
De 14 a 17 de abril, das 9h às 13h. 40 vagas


Augusto Omolu, um dos professores da ISTA (International School of Theatre Anthropology) e ator do Odin Teatret desde 2002, propõe um Workshop de investigação sobre a dramaturgia da dança dos Orixás (Candomblé brasileiro), com base nos princípios da antropologia teatral. O trabalho será focado na exploração das diferentes energias e no movimento que caracteriza o espírito de cada Orixá. Através de uma conexão mente-corpo, o workshop trabalha com a energia de resistência, a lógica interna do movimento, a coordenação de ritmo e precisão, a intensidade da unificação da imaginação com a dinâmica do corpo. O trabalho do ator é transformar a dança em teatro, sublinhando a diferença entre um corpo que se move e um corpo que é capaz de comunicar uma história. Como pode um mecânico movimento técnico ser transformado em um movimento orgânico? Qual é a diferença entre forma e / formação? Como podemos entrar na zona / extra ordinária, onde o invisível se torna visível, através do corpo humano?

Augusto Omolu nasceu em Salvador, Bahia e cresceu dentro do mundo religioso do candomblé, onde ele é Ogan (assistente de cerimonial). Começou a dançar em 1976 com o grupo Viva Bahia, dirigido por Emília Biancardi, e juntou-se a Castro Alves Ballet em 1981, onde participou de todas as produções da companhia e, muitas vezes como dançarino solo. Desde 1982 tem sido responsável por um curso de técnica Afro-Brasileira no Teatro Castro Alves. De 1983 a 1985 criou e dirigiu a Companhia Chama, trabalhando tanto como bailarino e coreógrafo. Augusto Omolu vem colaborando com a ISTA (International School of Theatre Anthropology) desde 1994 e desde 2002 ele vem trabalhando como ator na Odin Teatret, em espetáculos como: Andersens Dream, Great Cities under the Moon, Ur Hamlet, Ode to Progress. A sua performance solo, Oro de Otelo, vem acompanhado de percussão afro-brasileira e gravações de ópera, e é o resultado do encontro entre as raízes do Candomblé e técnica Odin Teatret.